Eu gosto de escrever. Mas talvez não de publicar
Disclaimer: texto sobre a minha experiência particular. Essa sou eu desabafando após 14 anos de jornada.
Devo dizer que não começou agora. O que está no meu horizonte atual, nessa mais nova mudança de área, me fez reconsiderar a ideia, cujo surgimento se deu ali por 2012. Seria um caminho natural até, já que, agora, estudo outra língua a fundo, com rigor acadêmico e uma base bibliográfica muito mais robusta do que antes. E aí a ideia, que tem um terreno muito mais fértil para florescer de vez, voltou com gosto:
E se eu escrever em inglês?
Nessa semana, enquanto conversávamos sobre línguas, minha amiga Isabela comentou sobre sua relação com o inglês, que surge para “ter acesso a coisas que não vou achar em português” (palavras dela). Compartilho do mesmo sentimento, que já é bem antigo na minha vida. Hoje, entrando no mercado de interpretação e tradução, percebo que o bilinguismo realmente abre mais caminhos e oferece mais oportunidades – e inclua nisso a produção de literatura.
Escrever textos em inglês não é novidade por aqui. De cabeça, posso citar autores como Laura Pohl, Renan Bernardo e Clara Madrigano, que já estão consolidados no mercado anglófono. Minha amiga G. G. Diniz também tem textos em inglês, e João Ubaldo Ribeiro, de produção mais antiga, traduzia a si mesmo como forma de tentar a sorte na gringa, fugindo de um mercado que sofria com a censura pós-golpe militar.
O que leva um escritor a priorizar a segunda língua ao invés da materna, porém, é muito subjetivo. As razões são variadas. Eu tenho as minhas, meu motivo particular para dar um tempo na produção em Português: um cansaço profundo após anos de desvalorização dolorida.
AMAZON, MEU HORROR
Falar que a Amazon reconstruiu e ditou nossa maneira de consumir livros é chover no molhado. Livrarias fecharam suas portas por conta dessa chegada agressiva, e outros nichos de mercado também se concentram no Megazord do Jefinho Beijos. A maneira de operar da gigante também a torna um inimigo desleal, porque ela pode operar no prejuízo sem, realmente, ser afetada por isso. Danny Caine detalha isso de maneira muito lúcida no seu livro Como resistir à Amazon e por quê, lançado há alguns anos no Brasil pela Editora Elefante.
Para além disso, no início deste ano a Amazon mudou a forma como consumimos os ebooks: nós não compramos mais o arquivo, e sim uma licença para ler esses livros. Essa é uma medida que já está em voga nos Estados Unidos, ainda sem prazo para chegar no Brasil. O que já rola por aqui, assim como em outros lugares, é não podermos mais passar esses arquivos do aparelho Kindle para o computador via cabo USB, decisão essa que movimentou o Jailbreak Kindle.
Eu poderia falar sobre como, em um universo de streamings, não temos mais nada, mas o PH Santos já fez isso de forma magistral e não preciso repeti-lo aqui. O que quero focar nesse ponto do texto é apenas na relação desigual que a Amazon estabelece com a gente, que escreve e sobe o próprio trabalho na plataforma.
A começar pela adesão ou não ao programa do Kindle Unlimited. Estar no K.U permite que nossos livros sejam lidos e isso aumenta o nosso ganho – o lucro por unidade vendida, então, passa de 30% a 70%. Porém, há uma consequência: ficamos ligados à Amazon, sem oportunidade de colocar este mesmo livro em outras plataformas. Se assim o fizermos, somos bloqueados.
Para além disso, a Amazon paga menos do que um centavo para cada página lida através do Kindle Unlimited. Algumas obras possuem um desempenho melhor do que outras, e a produção massiva a baixo custo, associada ao número elevado de páginas lidas através do K.U, fazem com que esse arranjo seja vantajoso para algumas vertentes de livros – é por isso que há tantos títulos “hot” e suas autoras trabalham em escala quase industrial. Não é, e nunca foi, o meu caso.
Meus ganhos na Amazon nunca foram expressivos – e, em meses mais vantajosos, sequer alcancei cinquenta reais. No início da Amazon no Brasil, em idos de 2013 e 2014, parecia um bom negócio estar lá. Muita gente cresceu nessa fase, como a FML Pepper, e conseguiu se consolidar no mercado. Mas, de lá para cá, a coisa ficou insana. O ranking dos “mais vendidos” é um ringue de títulos de nicho, e a briga pelo “topo” é braba. Seu trabalho se perde em um mar de obras do mesmo gênero. Una isso a uma centralização cada vez maior da internet, com as redes da Meta, o Google e o TikTok reorganizando a maneira como se faz marketing e forçando os escritores não apenas a serem, bem, escritores, mas produtores de conteúdo. O resultado dessa mistura macabra não poderia resultar em outra coisa senão uma concorrência desleal, que pede muito investimento para que, com sorte, o esforço valha a pena.
E aí, há outro lado da moeda: quanto mais nos concentramos na Amazon, mais ficamos subservientes à sua maneira desleal de jogar. O consumidor brasileiro já está condicionado aos preços baixos, e isso atinge, também, os escritores independentes que escrevem e publicam unicamente pela via digital. Pensando em uma “divulgação” mais justa e honesta, que nos dê o mínimo de visibilidade possível nesse universo de títulos novos surgindo a cada segundo, baixamos o preço do nosso trabalho. O problema é que, quanto menor o valor deste livro, menor é também a nossa chance de conseguirmos recuperar todo o gasto feito no processo editorial. Em miúdos, o livro não se paga – principalmente se o autor, assim como eu, leva um tempo maior de produção e não faz da escrita seu ofício principal.
Além disso, há outro lado igualmente cruel: adoramos coisas gratuitas (e me insiro aqui também). Não nos importamos em baixar mais e mais livros na nossa biblioteca, tornando-a humanamente impossível de ser lida em sua totalidade. A Amazon sabe disso e, forçando o autor a ser exclusividade sua, possibilita cinco dias promocionais aos escritores através do programa Unlimited, dias esses em que a produção literária ficará a zero custos para o leitor. Iludidos pela ideia de divulgação, aceitamos. Ficamos presos ao modelo da Amazon e deixamos nossos livros de graça para que, com sorte, surjamos na lista dos “Mais baixados gratuitamente”. É uma oportunidade, não é?
Bem… Não.
E aqui, surjo como protagonista deste texto pela primeira vez. Tão logo eu soube da mudança de política da Amazon, em que nossos livros deixam de ser nossos, me coloquei no lugar desse leitor que comprou o meu trabalho, mas que não terá direito completo sobre ele. Me vi nesse consumidor sem rosto porque pensei na minha própria biblioteca, em livros caros que adquiri e que, talvez, sumam das minhas coisas se assim a Amazon quiser. Pensei, então, nas alternativas, e uma das que me pareceu mais viável foi sair do Kindle Unlimited, o que me permitiria vender meu acervo em outras plataformas (incluindo meu próprio site). Caso alguém desejasse ler meu livro de graça, eu procuraria alguma biblioteca digital (e ainda estou me organizando para subir meus livros na BibliON) e facilitaria esse acesso. Decidida, fiz um “bota-fora” e deixei todos os meus títulos de graça por cinco dias.
Aí vem o lado amargo da história: a campanha foi um sucesso, sim. Mais de mil livros baixados. Mas eu estou sem emprego fixo, vivendo de bicos e, na ocasião, precisava garantir algum dinheiro para as minhas contas. Se esses livros tivessem sido comprados, eu com certeza teria, pelo menos, o valor para bancar meu tratamento de saúde mental.
Devo informar que não estou me vitimizando por uma escolha consciente. Eu sabia que esse seria o resultado e que, para os padrões de títulos nacionais independentes da Amazon, meu trabalho tem uma saída menor por causa do seu preço. Porém, não deixo meus livros a menos do que dez reais porque sei quanto eles me custaram para ser produzidos, o que envolve trabalho de edição, revisão, capa e o meu próprio esforço. O leitor, porém, como consumidor, não tem interesse nisso. Dinheiro é coisa que vem com suor, e é arriscado demais investir em quem é tão pequeno. Melhor ir no que já é certo, no que já tem projeção, no que tem um nome meio estrangeiro e já recebeu um aval do mercado como um trabalho que vale a pena.
E aqui eu entro no próximo tópico sobre o meu desgosto: quem é que vai, então, investir em mim?
“NÃO TENHO VALOR NEM PARA ESSA CIDADE”
No início do ano passado, recebi o resultado de um edital que demorou mais de um ano para sair. Havia pleiteado uma chance com Entre Quadros e Balões, livro que trabalha (e muito!) a cidade de Fortaleza, quase fazendo uma ode a um dos bairros daqui e a uma casa demolida ainda na pandemia. A posição em que fiquei, 153°, me deixou muito desgostosa, mas amargou mesmo quando percebi que eu havia ficado atrás de um livro de um paulistano, lançado por uma editora cearense. Não fez sentido, e ainda não faz quando penso em retrospecto: como um trabalho que teve o maior cuidado em resgatar memórias da cidade fica em uma posição menor do que o título de uma pessoa que mal pisou no Ceará?
Não era o primeiro edital em que eu me arriscava. Em 2020, no auge da Covid, tentei um que me valeu a nova edição de Fisheye. Não apenas lancei novamente meu livro, dando a ele uma nova chance, como também tive a oportunidade de vê-lo em mais de 400 bibliotecas no Ceará, alcançando pessoas que, de outra maneira, eu jamais conseguiria. O valor desse edital me possibilitou viver com um pouco de dignidade no primeiro semestre de 2021, quando eu estava sem emprego e me recuperando de um assédio moral com consequências desastrosas. Editais são fundamentais para que a cultura siga viva. Mas, desde então, as coisas se tornaram… Estranhas.
Outras experiências me mostraram o lado negativo dos editais, que vêm à tona quando a gestão das secretarias de cultura são questionáveis. Não incluo aqui, porém, a primeira experiência com Fisheye. A resposta demorou um mês (se muito) e o repasse da verba foi praticamente instantâneo. Tudo foi feito de forma rápida, limpa e transparente. Infelizmente, foi uma experiência única, que piorou quando o secretariado foi trocado. Só no município, os editais demoraram mais de um ano para terem seus resultados divulgados, toda uma expectativa gerada que degringolava em ansiedade (e, no meu caso, crises intensas). Quanto ao estado, com relação àquele edital em que fiquei na posição 153, os selecionados ainda aguardam seus pagamentos. Outras linguagens também sofrem com a negligência e artistas são cada vez mais prejudicados. Muitos, e aqui me incluo, já não têm mais esperança em editais, algo que é um direito nosso – tanto quanto produtores de arte quanto como cidadãos. Não há cultura se não houver investimento. Não há livro, quadrinho, peça de teatro, apresentação de dança, número musical, nada se não houver investimento.
Mais recentemente, a prefeitura lançou um edital voltado para pessoas com deficiência e, agora com meu laudo de autismo, eu estaria apta a participar. O problema? Nos foi dado um prazo de apenas uma semana para pensar em todo um projeto, que inclui coisas como metodologia e justificativa. Como tenho planos de produzir um quadrinho com minha amiga Carol Tatagiba, arrisquei a chance, mas isso não me trouxe consequências positivas. O desgaste em juntar documentação, construir o projeto, conversar com as profissionais que trabalhariam comigo, organizar valores, tudo isso me deixou em crise de shutdown, e passei a semana seguinte imprestável. Como resultado, perdi aulas na universidade, oportunidades de fazer freelas, atrasei a minha vida e demorei dias para minimamente conseguir me restabelecer. Cheguei a comentar isso nas redes da prefeitura: se era um edital voltado para pessoas com deficiência, como eles o lançavam com um prazo tão curto, a ponto de gerar uma crise em uma proponente com autismo?
O resultado também não demorou a sair e, dessa vez, fui desclassificada por erros que não consegui entender. Eles citavam, como justificativa, alguns itens do edital, mas eu lia e relia e seguia sem compreender qual erro gerou a minha desclassificação. Por um lado, me senti aliviada por não ter passado porque, acima de tudo, os valores destinados aos projetos eram irreais e não condiziam com todas as exigências feitas pela prefeitura. Mas, na outra ponta, me senti insanamente desgostosa. Sem aquele valor, de que maneira eu, uma trabalhadora autônoma, conseguiria investir na minha própria arte? Com que recursos eu poderia investir nos amigos que trabalham comigo? Como eu poderia remunerar de forma justa e honesta a Carol, a Becky, a Gabi, o Luís, a Valdir? Como pagar a Renatta, a Pris? Como fazer novas encomendas com a Erika e a Thalirães?
Senti um luto que veio com muito atraso, o luto pelas coisas que não dão certo. Até então, eu enxergava os editais como essa porta para viabilizar esses trabalhos. Quando se passa em algo desse porte, não se ganha individualmente, porque arte não surge assim. Não se faz arte estando sozinho. Não se faz livro ou quadrinho estando sozinho. Lancei Entre Quadros e Balões com o dinheiro do FGTS após uma demissão ano passado, como uma forma de ver algum valor em mim após algo tão traumático e dolorido. Quase como transformar um limão em uma limonada. Ainda assim, só consegui custear o lançamento com esse valor, porque já havia investido no texto com meu próprio bolso. Posso falar com segurança que não cheguei nem perto de recuperar esse investimento. É, na verdade, dinheiro que vai e não volta.
Alguns podem alegar o financiamento coletivo como uma alternativa. Acreditem, eu já fiz isso. A primeira edição de Fisheye foi viabilizada dessa maneira, mas, em um universo dominado por empresas grandes se utilizando de recurso feito para artista lascado (não esqueço que Jovem Nerd, propriedade da Magalu, vive lançando Catarses da vida), será que realmente é justo me lançar em algo com grandes chances de fracasso e inúmeras certezas de muito desgaste?
E isso puxa, também, o amargor de seguir desconhecida. No meu currículo, constam seis publicações, sendo cinco livros e uma participação em uma antologia de quadrinhos, feitos ao longo de catorze anos. Esse, porém, é outro ponto. Eu diria que a cereja do bolo.
UMA NINGUÉM
Quando eu estava tentando negociar o lançamento de EQB, procurei primeiramente a biblioteca pública mais conceituada daqui da minha cidade. Mandei o projeto, expliquei tudo, organizei os documentos. Até hoje, porém, não recebi uma resposta.
Minha segunda alternativa foi, então, pensar em outro espaço, uma confeitaria que sempre recebe escritores e leitores para lançamentos, bate-papo, eventos de pequeno porte relacionados à literatura no geral. Uma negativa limpa e seca – não temos data. Nem para quando eu queria, nem para depois.
Por fim, acabei alugando um espaço em uma das minhas cafeterias favoritas. Foi lindo, foi especial, mas não deixou de ser uma data feita por e para amigos. Na minha cidade, não houve uma nota sobre o lançamento de EQB, que seguiu silencioso. E segue assim.
Desde que lancei Yume lá em 2011, fiz um punhado de coisas. Apareci em programas governamentais, de TV, eventos muitos na minha cidade. Participei por um ano do canal CosmoNerd no YouTube (o que, inclusive, foi usado como justificativa na demissão que sofri no início do ano), e fiz ponta em alguns podcasts. Figurei matérias de jornal, revista, um acervo imenso que, edital após edital, eu precisava mostrar para certificar aos avaliadores que sou alguém na fila do pão. Para além disso, publiquei textos em vários portais, mantive um blog, fiz o possível e o impossível para ter uma produção que, se não constante, pelo menos com alguma relevância mínima e que demonstrasse o meu conhecimento.
Isso de nada adiantou. O currículo bonito e recheado não conta para que a biblioteca mais popular da minha cidade se interesse em abraçar o lançamento de um trabalho meu. Ou para que o estado remunere melhor uma fala minha em algum painel de evento. Ou para que eu seja avaliada com olhos mais gentis nessa nova leva de editais. Desconhecida como sou, sequer valho o dinheiro suado desse leitor que não faz esforços para acessar gratuitamente os meus títulos, mas que já pensa duas vezes quando vê R$ 12,90 dentro da Amazon.
Literatura não se faz sem incentivo. E não falo unicamente do incentivo que vem dos amigos, das pessoas queridas, que aconselham e dão força para que a produção siga girando e acontecendo. Literatura se faz com dinheiro, dinheiro esse que será destinado a materiais de estudo, material de trabalho, profissionais que participam da cadeia do livro e que transformarão um texto bruto em algo que valha o tempo de leitura de alguém. Virgina Woolf sabia disso quando escreveu, lá em 1928, Um teto todo seu. Diz ela:
“uma mulher, para escrever ficção, precisa ter dinheiro e um quarto só seu; e isso, como vocês irão ver, não resolve o problema maior da natureza da mulher e da verdadeira natureza da ficção.”
Eu sinto que, durante catorze anos, dei muito murro em ponta de faca para que, com alguma sorte, meu texto alcançasse leitores. O ciclo da literatura se encerra nessa última etapa, na pessoa que irá ler e, a partir da sua interpretação de mundo e da sua vivência, completará o sentido daquilo que escrevi. Eu quero, e sempre quis, viver isso, essa partilha e essa troca que apenas a literatura fornece. Mas, talvez, tenha escolhido um caminho muito tortuoso para seguir, uma via difícil.
E O QUE MUDA?
Em seu trabalho Autotradução: breve histórico, razões, consequências, práticas, Maria Alice G. Antunes enumera alguns motivos pelos quais os autores resolvem traduzir a si mesmos. Diz a pesquisadora:
“o desejo de escrever uma obra em outra língua bem como a vontade de vê-la alcançar um público-leitor maior e de ganhar “acesso à visibilidade e à existência literárias”
Há aqui uma escolha muito pertinente de palavras. Menciono a autotradução porque ela me é importante. O português, em si, me é importante. Ele faz parte da minha identidade como brasileira, mas, principalmente, como cearense. Nordestina que sou, já ouvi, sim, que deveria tirar o regionalismo do meu texto. Escrever, portanto, como uma cearense é um compromisso que tenho comigo mesma e com meu texto, que resiste ao que a parte de baixo do país tenta silenciar.
Sei que é mais trabalhoso verter do português para o inglês. Ao mesmo tempo, é a escolha que me respeita enquanto artista. Não me incomodo com o trabalho, e sim com o apagamento. Este já está sendo um processo que chega com alguma dor. Mirar no externo para, quem sabe, valer a atenção do interno é um sinal de como a gente sempre olha para fora e cuida pouco do que existe aqui.
E aqui ressalto que não estou alheia ao fato de que é difícil se projetar fora do país. Há mais gente escrevendo em inglês do que em português. Ainda assim, quero arriscar a sorte – não pela via da Amazon, que pouco se preocupa com quem produz para ela, mas quero pegar um caminho alternativo. Algo que me faça resgatar a sensação gostosa de estar na internet, de conhecer pessoas. De ser menos Kamile Girão, de ser outra coisa, essa outra pessoa que, aos poucos, irei conhecer melhor. O Tapas será meu companheiro nessa jornada. E, com sorte, conseguirei recursos para financiar quem eu quero que siga comigo.
Nenhum recomeço é tranquilo. Ainda assim, que bom que eles sempre nos são permitidos.
